Arquivo do mês: dezembro 2022

A porta giratória na Petrobrás precisa ser fechada

A relação entre os interesses públicos e privados precisa ser transparente, impessoal, moral, eficiente e legal. A legislação pode ser aperfeiçoada e a sociedade precisa estar atenta, em defesa do interesse público.

Na Petrobrás pode-se observar um fluxo de executivos entre a estatal e companhias privadas que competem, ou tem relação comercial com ela. O fluxo das companhias privadas para a estatal e da estatal para o “mercado” se dá por meio da porta giratória entre o Estado e o mercado.

Um executivo da Petrobrás pode ser recompensado com alta função no setor privado, se enquanto esteve na estatal agiu a seu favor, em detrimento da estatal. Também um executivo que vai para a Petrobrás, e pretende voltar ao mercado, pode adotar práticas e prioridades favoráveis ao mercado e prejudiciais à Petrobrás, ao Estado nacional e ao interesse público. Mesmo que não seja possível provar ilegalidades, é possível revelar que as relações são suspeitas e merecem investigação, além reconhecer a importância do aprimoramento legal e estatutário para evitar prejuízos à Petrobrás.

Apresentamos alguns casos, com objetivo de trazer transparência e publicidade ao funcionamento da porta giratória na Petrobrás. Não são acusações às empresas ou aos executivos. Trazemos informações públicas para que o leitor avalie se tem havido impessoalidade, moralidade e eficiência na relação da Petrobrás com seus competidores e fornecedores. Os exemplos são muitos e não se esgotam nos casos apresentados.


Magda Chambriard Revelada

A engenheira Magda Chambriard tem sido citada como possível futura presidente da Petrobrás, no governo Lula que se inicia em 1º de janeiro de 2023. Quem é Magda Chambriard? Seria uma boa presidente para a Petrobrás?

Magda Chambriard é engenheira, trabalhou na Petrobrás desde 1980 e, em 2002, ingressou na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) como assessora da diretoria. Nomeada no governo Dilma Roussef, exerceu a função de Diretora Geral da ANP, entre março de 2012 e dezembro de 2016.

Chambriard promoveu quatro leilões de petróleo, entre os quais o 1º leilão do pré-sal, da área de Libra. Defendeu a maior participação de petrolíferas estrangeiras na exploração do petróleo brasileiro. Elogiou a facilitação do governo Temer para a privatização do campo de Carcará pela Petrobrás, em favor da estatal norueguesa Statoil (atual Equinor). Foi contrária a interferência do governo para alteração da política de preços da Petrobrás, em especial com relação ao Preço Paritário de Importação (PPI) do diesel.