Em entrevista ao Romulus Maya, advogado internacionalista e blogueiro no Duplo Expresso, trato dos aspectos conjunturais e estruturais envolvidos na queda dos preços do petróleo.
São aspectos conjunturais: a pandemia e redução da demanda por petróleo, a OPEP+ não reduzir a produção significativamente e o limite de capacidade de estoque (em especial nos EUA). Como resultado se experimentou o colapso nos preços dos contratos futuros.
Os aspectos estruturais são a crise capitalista, com a consequente necessidade de destruição de capital, a ineficiência da indústria do shale (tight oil e shale gas) por conta da baixa qualidade dos reservatórios e altos custos de produção que demandam elevados e continuados investimentos. Indústria que agregada e historicamente apresenta fluxo de caixa livre negativo.
Argumento que o preço do petróleo não tem funcionado como sustento no artigo “O preço do petróleo e o sinal dos tempos (2016)”.
Também abordo o artigo: “O fim do petróleo barato (adicional de se produzir) e do mundo que conhecemos (2017)” e do risco sistêmico de falência da indústria petrolífera nos EUA, com possível contaminação do sistema financeiro.